Todas as matérias anteriores

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Orgulho de ser de Macaíba

Árvore de Natal feita com 1200 garrafas pet pelos alunos da Escola José Arinaldo
Estava observando o orgulho que as pessoas sentem na vila de São Romão. Uma jovem ostenta em sua blusa a frase "Não sou perfeita, mas sou de São Romão, que é a mesma coisa".

É uma frase pobre. Mas tem um significado muito rico.

As pessoas tem orgulho de pertencer a São Romão, vila do interior de Portugal. Região do Centro do país, a 30 km do topo da Serra da Estrela.

A gente se pergunta se as pessoas de Macaíba sentem orgulho da terra de Auta de Souza.

Segundo o grande pesquisador Luís da Câmara Cascudo, Macaíba era, há aproximadamente 200 anos, o segundo maior exportador de açúcar do Rio Grande do Norte.

Talvez alguém não dê o devido valor a isso. Mas todos os lugares do mundo tem sua importância associada a alguma forma de produção. E Macaíba não produzia apenas açúcar. Produzia arte, literatura, poesia.

É certo que talvez menos de uma dúzia de nomes associados à cultura e à ciência conseguiram destaque nacional e internacional. Como é o caso de Auta de Souza e Augusto Severo. 

Também lamenta-se que o fato de que estarem estes associados às oligarquias locais tenha contribuído para que eles pudessem mostrar seus valores e que muitos bons cérebros e corações macaibenses não tiveram o mesmo êxito. E jazem no anonimato.

Mas isto tudo é a história de Macaíba até agora.

E Macaíba a partir de agora?

Como está Macaíba após a chegada da internet?

O macaibense nunca teve espaço para mostrar seu valor.

Precisa mostrar agora. Desenvolver ferramentas digitais e utilizá-las para mostrar ao mundo que a Macaíba que teve Auta de Souza, Augusto Severo, Tavares de Lyra e tantos outros, hoje tem muito a mostrar.

Porque em São Romão e em todo lugar onde há internet continuam a chegar notícias de Macaíba. Assaltos, tiroteios, violência generalizada. 

Mas isto não é Macaíba

Violência praticada pelas massas marginalizadas e principalmente contra elas não é coisa de macaibense.

É uma consequência imediata da falta de perspectiva, da falta de educação, de emprego, da supervalorização do TER, em detrimento do SER. Isto se reproduz em todos os lugares do mundo onde o ser humano comum é explorado e lançado à margem, como lixo.

Macaíba é um lugar como os outros lugares, como os outros bons lugares.

Tem muita terra, muita água e muito trabalhador com ótima energia mental e física.

Precisamos usar a internet para dar mais ênfase às nossas coisas positivas.

Feliz aniversário Macaíba!

José Luiz da Silva