Estudantes de escola pública fazem paródia sobre inclusão
social e racial. Eles sabem que precisam de conhecimentos técnicos para ter empregabilidade, mas é na ARTE que expressam seu sonho
de transformar a realidade excludente em que vivem. Na Gincana Movimentos Musicais Brasileiros, realizada nesta
sexta-feira, 18 de agosto, na Escola Municipal José Pinheiro Borges, os alunos
mostraram alegria, energia e muito talento musical. Esta paródia foi escrita pela
aluna Maria Eduarda da Silva, do 6º ano C. Ela mostra a realidade do preconceito social e racial que ainda existe nas escolas.
sábado, 18 de agosto de 2018
segunda-feira, 18 de junho de 2018
A Bíblia e a Copa do mundo de futebol.
Na Bíblia Cristã, Jesus afirma no
evangelho que “a quem muito é dado, muito será exigido”, (Lucas 12:48). Os
jogadores Messi, Neymar e outros astros do futebol estão sentindo isso na pele.
Na pele dos tornozelos e panturrilhas, que o diga o Neymar após o jogo contra a
Suíça neste domingo, 17/06. Mas levando em conta o talento que lhes foi “dado”
exigia-se deles algo mais, um resultado melhor no jogo.
Os empates nos jogos de estreia das
seleções da Argentina e do Brasil talvez demonstrem que, pela sua hipervalorização,
os atletas não ficariam satisfeitos em fazer o básico e findaram por fazer...
nada!
Não seria suficiente fazer o gol ou o
passe, teria que ser algo diferente, excepcional, quase mágico. Então dribla um
pouco mais, enfeita um pouco mais e perde a bola.
E fazendo o básico, até o México seria
capaz de vencer a fortíssima Alemanha... e venceu!
sexta-feira, 1 de junho de 2018
Macaíba poderá ter em breve sua primeira escola indígena
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Índios Tapuia, Secretaria de Educação e Câmara Municipal dialogam pelo ensino indígena |
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Índios na Audiência Pública em Macaíba |
Na comunidade do
Tapará o ensino indígena ocorrerá na Escola Municipal Luis Cúrcio Marinho, que
ainda é uma unidade de ensino regular de Macaíba. Segundo informou o secretário
de Educação de Macaíba, o Sociólogo Domingos Sávio de Oliveira, a transformação
deste estabelecimento em escola indígena teve início há pouco tempo porque o
município não tinha sistema de ensino próprio. “Com a criação do Sistema de
Ensino de Macaíba, a Coordenação da Educação de Jovens e Adultos, EJA, recebeu
a atribuição de coordenar também a Educação Escolar Indígena, a Quilombola e a
Diversidade”, explica o secretário.
A equipe técnica, que tem à frente o
professor Rogério Ferreira, busca desde então capacitar-se para dar conta desta
demanda e tem participado de diversas capacitações e discussões sobre o tema,
estando presente, inclusive, em Encontro Nacional para implementação da
Educação Indígena, em Fortaleza. O secretário destaca a importância da parceria
com o Instituto Federal de Canguaretama, que foi essencial para a criação da
primeira escola indígena naquele município e que vem orientando os técnicos da
secretaria de educação de Macaíba.
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Coord. Educ. Indígena Rogério Ferreira |
Domingos explica que
há duas modificações a serem feitas: a burocrática e a pedagógica. A
documentação necessária à transição para escola indígena deverá ser entregue ao
Conselho Municipal de Educação até o final deste ano para análise e
deliberação. A constituição de currículo específico indígena será feita com a participação
da comunidade do Tapará. Serão realizadas audiências públicas com essa
finalidade. O secretário tranquiliza os estudantes em relação aos conteúdos da
Base Curricular Nacional. “Os conteúdos necessários à formação para os exames
federais serão mantidos no contra turno, a escola funcionará em tempo
integral”, reforça.
Já foi iniciado o debate
deste processo em audiência pública na Câmara Municipal com participação de
representantes da comunidade e do movimento indígena do Rio grande do norte.
As adequações da
secretaria de educação do município devem demorar menos de um ano para serem
concluídas. A expectativa é que a implantação ocorra até o início de 2019. Segundo
informou o Cacique Luis Catu, o processo de criação da escola indígena da sua aldeia
em Canguaretama, demorou mais de 8 anos para ser concluído. Em Macaíba, os
vereadores já reconhecem a relevância da causa e já há até proposta de
modificar o nome da escola para um nome indígena indicado pelo povo Tapuia.
Concurso
público
O secretário de
educação informou em primeira mão que o próximo concurso público a ser
realizado no município já incluirá vagas específicas para professores indígenas
visando suprir a demanda de Tapará.
A
palavra do nativo
O índio Tapuia Jerônimo
Campelo mostra com orgulho os utensílios do artesanato indígena utilizados em
suas manifestações culturais. Josué Jerônimo é filho de dona Benedita, artesã,
uma das índias mais idosas do povo Tapuia na comunidade Tapará, em Macaíba.
Ele é funcionário de uma escola federal, mas dedica parte do seu tempo livre a dar oficinas para resgatar e aprofundar os saberes do povo indígena. Falante e desinibido, nos acolheu com simpatia em sua barraca na Feira Indígena do Tapará, onde expôs a importância da educação escolar indígena para o movimento que autodeclara e reafirma o povo do Tapará como índios Tapuia. Ele nos conta com tristeza, e sua mãe reforça os detalhes, que as terras do Tapará, bem como a comunidade vizinha, Lagoa do Mato, pertenciam ao povo Tapuia e que os latifundiários vindos de fora estão desmatando e plantando capim. Perseguidos, os índios foram se espalhando e hoje o movimento indígena tenta restaurar os costumes e tradições e unir o povo em defesa de sua ancestralidade. Para Jerônimo, a implantação da educação escolar indígena é essencial para formar as novas gerações e evitar que a cultura Tapuia se perca. “É também muito importante que o ensino seja feito por pessoas da comunidade, que leve em conta a cultura, os costumes e as particularidades da comunidade”, complementa.
Ele é funcionário de uma escola federal, mas dedica parte do seu tempo livre a dar oficinas para resgatar e aprofundar os saberes do povo indígena. Falante e desinibido, nos acolheu com simpatia em sua barraca na Feira Indígena do Tapará, onde expôs a importância da educação escolar indígena para o movimento que autodeclara e reafirma o povo do Tapará como índios Tapuia. Ele nos conta com tristeza, e sua mãe reforça os detalhes, que as terras do Tapará, bem como a comunidade vizinha, Lagoa do Mato, pertenciam ao povo Tapuia e que os latifundiários vindos de fora estão desmatando e plantando capim. Perseguidos, os índios foram se espalhando e hoje o movimento indígena tenta restaurar os costumes e tradições e unir o povo em defesa de sua ancestralidade. Para Jerônimo, a implantação da educação escolar indígena é essencial para formar as novas gerações e evitar que a cultura Tapuia se perca. “É também muito importante que o ensino seja feito por pessoas da comunidade, que leve em conta a cultura, os costumes e as particularidades da comunidade”, complementa.
Educação
física indígena
A recreação e prática
esportiva em unidades de ensino dentro de aldeias seguem rituais próprios. E os
Tapuia tem sua contribuição a dar para o ensino da educação física.
Além de
praticarem a “corroveara” - Corrida da tora, esporte indígena em que correm com
um pedaço de tronco de carnaúba (tora) no ombro, os Tapuia também jogam peteca,
jogo genuinamente indígena e brasileiro que originou o esporte olímpico badmínton. Mas o
índio Jurandir Santos da Silva, ou Jurandir Tapuia, também gosta muito de futebol
e futsal. “Há quatro anos fundamos o time dos índios Tapuia e já participamos
do campeonato de Macaíba”, afirma orgulhoso o futebolista enquanto exibe a
camisa oficial da equipe e o primeiro troféu conquistado em torneio neste ano.
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Corrida da tora |
Mães de
alunos

Movimento
indígena do RN
José Luiz Soares, ou
Cacique Potiguara Luiz Catu, é líder do Movimento indígena do RN e esteve na audiência
pública na Câmara de vereadores de Macaíba. Ele declara que esta luta por
educação escolar indígena no Tapará é parte de um movimento maior, que começa a
se organizar ainda no ano 2000 entre os municípios de Goianinha e Canguaretama,
na Aldeia Catu.
“A busca de políticas
públicas para o povo indígena do RN intensificou-se em 2005 com a realização da
primeira Audiência pública voltada para a questão indígena na Assembléia
Legislativa do RN. Na ocasião apresentamos um abaixo-assinado com pontos
estratégicos da nossa luta. Reivindicávamos que os governos federal, estaduais
e municipais, além das universidades e demais instituições, reconhecessem os
povos aldeados e as etnias existentes no RN. A parti dali tivemos várias
conquistas, entre ela elas a implantação da primeira escola indígena do RN em
nossa aldeia Catu e conseguimos trazer a Funai para o RN”, relembra Luís.
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Cacique Luiz Catu |
Atualmente o
movimento indígena integra a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB e
tem representantes nas principais organizações e entidades de defesa dos índios
no país. No RN são realizadas assembleias a cada dois anos onde os 9 povos
indígenas tem a oportunidade de debater com todos os órgãos estaduais e
municipais as políticas públicas para a saúde, a educação e
etnodesenvolvimento. Luis se orgulha em afirmar que “já estamos na quinta
Assembleia Geral dos Povos Indígenas, na segunda Assembleia de Mulheres
Indígenas e na segunda Assembleia de Jovens Indígenas”.
A Audiência Pública
por Educação Escolar Indígena de Qualidade, realizada pela Câmara Municipal de Macaíba,
no dia 08/05, foi a terceira no estado. A primeira aconteceu em Canguaretama e
a segunda foi em João Câmara. Neste ano de 2018 várias audiências ainda serão
realizadas com o mesmo objetivo. “A Educação Escolar Indígena de Qualidade é
uma forma de mudar, de ter uma resistência maior. As escolas que atendem aos
Curumins das nove aldeias precisam se adequar às necessidades de aprendizagem
destas comunidades, conclui o Cacique Luis Catu.
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